Baixa na soja e aumento nas exportações de milho deixam os produtores ansiosos nos primeiros meses deste ano.
Segundo o monitoramento dos cultivos de verão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as lavouras se encontram em boas condições de desenvolvimento na safra 2022/2023, com exceção do Rio Grande do Sul, parte da Bahia e de Minas Gerais. Ainda de acordo com o estudo, a safra atual está evoluindo de forma similar ou acima da média nos principais estados produtores do país, o que indica um bom potencial produtivo das lavouras de soja e milho primeira safra, mantendo-se as expectativas de safras recordes para 2023.
Isso é refletido nas exportações dos primeiros meses deste ano. As vendas internacionais de milho em janeiro atingiram o recorde de 6,17 milhões de toneladas, um volume 126% maior do que o mesmo período do ano passado, quando o país exportou 2,73 milhões do cereal. A maior movimentação alcançada no mês de janeiro até então tinha sido registrada em 2016, quando o país enviou 4,4 milhões de toneladas para o mercado mundial.
A demanda teve como principal origem os importadores da China, que abriram seus mercados para o cereal brasileiro no final de 2022, sendo destino de aproximadamente 1,16 milhão de toneladas do milho nacional no ano passado, com a maior parte embarcada em dezembro de 2022, representando 18% do total exportado. Um importante fator para a pressão de alta nos preços, visto que os estoques estão mais reduzidos, nota-se uma desaceleração no movimento de queda nas cotações do cereal no mercado interno, mesmo diante da colheita da 1ª safra do grão no Brasil, o que usualmente reflete em sazonalidade negativa das cotações.
Por outro lado, a Conab mostra que as exportações de soja atingiram apenas 840 mil toneladas no início deste ano, contra 2,45 milhões em igual período de 2022, representando uma queda de 66%. Apesar dos preços internacionais mais elevados que no ano passado e o dólar mais baixo, as estimativas de safra recorde fazem as cotações nacionais apresentarem leve queda.
A produção é estimada em 152,89 milhões de toneladas, mas o Brasil teve atraso na colheita, em virtude do atraso no plantio e do excesso de chuvas que impactaram o andamento da colheita. Além disso, a quebra de safra na Argentina mantém os preços internacionais de grão farelo e óleo de soja elevados, mas a safra recorde no Brasil e as dúvidas sobre demanda chinesa limitam maiores altas.
As expectativas de safra recorde são mantidas para ambos os cereais, segundo estimativas da Conab, a alta demanda e as incertezas de oferta no mundo tendem a garantir preços rentáveis aos produtores.
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