Barter é uma opção para a safra recorde?

O barter é uma operação que se caracteriza pela troca de parte da produção agropecuária futura por insumos necessários para o momento da lavoura. Ou seja, é uma modalidade de financiamento que tem como uma das maiores vantagens, a possibilidade de mitigação dos riscos da variação do preço da commodity agrícola. Sendo assim, o produtor consegue travar a operação em barter para ter a certeza de que para pagar aquela quantidade de insumos ele vai entregar aquela quantidade de sacas acordadas. Independente se depois essa commodity valorizar ou desvalorizar, o que se torna interessante quando se fala em mitigação de custo de produção. 

 

Além disso, o barter possui duas modalidades: a física e a financeira. A física é a mencionada anteriormente, a mais tradicional. Já nas operações financeiras, geralmente, as multinacionais fazem um “hedge”, que é uma trava, também conhecida como CPR, que viabiliza a produção e comercialização da produção por meio da antecipação de crédito rural. Assim, o produtor também pode participar na alta, ou seja, além de ter travado o custo de produção ele ainda consegue ter um ganho na variação do preço. Consequentemente, quando se fala em custo de produção dentro da fazenda se fala no que foi gasto e no que será gasto.  

 

Com a expectativa da safra recorde, os produtores têm um grande volume ainda não comercializado, o que, para o Canal Rural, significa que será necessária uma quantidade muito maior da commodity para pagar por essa produção, exceto para quem conseguiu travar a produção em barter. Assim, pensando na safra 23/24 que já se anuncia com o esperado risco de crédito, atrelado aos efeitos da safra americana, o canal acredita que se corre o risco de empurrar os preços de Chicago provavelmente para baixo. Dessa forma, é importante o produtor pelo menos travar o custo de produção e, frisando que é o custo de produção e não o lucro de especulação do resto da produção agropecuária. 

 

Por fim, quando se fala em barter, o grande problema é para aqueles que não tem uma governança ou uma gestão para entender qual é seu o custo de produção, fazendo com que ele precise travar o seu volume. Além disso, é importante entender que barter não é necessariamente a mesma coisa que “hedge”, muitos produtores quando confundem esses conceitos, acabam se comprometendo na capacidade de pagamento e gerando desconfortos durante o cumprimento da operação. Por isso, é muito importante ter alguém que entenda do seu negócio e esteja alinhado ao mercado. 

 

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