Tributação sobre Exportação Agrícola: Como funciona e quais os benefícios fiscais disponíveis?

A exportação de produtos agrícolas é um dos pilares da economia brasileira. O agronegócio responde por uma parcela significativa do PIB nacional e por grande parte das exportações totais do país.

Mas, para manter a competitividade no mercado internacional, é fundamental que produtores rurais e empresas do setor entendam como funciona a tributação sobre exportação agrícola e quais os incentivos fiscais podem ser aproveitados.

Neste artigo, vamos explicar de forma clara quais impostos incidem (ou deixam de incidir) sobre as exportações, além de destacar os principais benefícios e regimes especiais disponíveis para o setor.

Exportação Agrícola e Tributação: qual é a regra no Brasil?

De maneira geral, a exportação de produtos agrícolas no Brasil é desonerada de tributos federais e estaduais. Isso significa que, em regra, não há incidência de impostos sobre as receitas de exportação.

Essa política fiscal tem como objetivo estimular as vendas externas e aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado global.

Os principais pontos são:

  • ICMS – Imunidade nas exportações, conforme art. 155 da Constituição Federal.

  • PIS e Cofins – Não há incidência sobre receitas de exportação, conforme art. 149 da Constituição Federal.

  • IPI – Produtos industrializados de origem agrícola também têm isenção quando destinados ao mercado externo, mesmo após beneficiamento ou processamento.

Atenção: apesar da imunidade, o empreendedor deve observar a questão dos créditos acumulados de ICMS na compra de insumos, que em alguns estados podem ser compensados ou restituídos.

Principais Incentivos Fiscais para o Agronegócio Exportador

Além da desoneração tributária, existem benefícios e regimes específicos que fortalecem ainda mais a competitividade do setor. Entre eles:

1. Drawback

Regime aduaneiro especial que suspende, isenta ou restitui tributos incidentes sobre insumos importados usados na produção de bens destinados à exportação.

2. Reintegra

Programa que devolve parte dos tributos federais pagos ao longo da cadeia produtiva, aumentando a margem de lucro dos exportadores.

3. Crédito Presumido de ICMS

Concedido por alguns estados, esse benefício reduz a carga tributária sobre operações de exportação, melhorando a competitividade.

4. Benefícios no mercado interno que favorecem exportadores
  • Isenção ou redução de IPI para máquinas e equipamentos agrícolas;

  • Redução de ICMS em insumos como sementes, fertilizantes e defensivos;

  • Suspensão de PIS/Cofins na venda de produtos agrícolas in natura;

  • Alíquota zero de PIS/Cofins (Lei n.º 10.925/2004) para diversos insumos essenciais.

Esses incentivos reduzem custos na produção, permitindo que o produtor consiga praticar preços mais competitivos no mercado externo.

Obrigações Fiscais e Contábeis na Exportação Agrícola

Apesar da desoneração, as empresas e produtores rurais que exportam precisam cumprir com obrigações específicas, como:

  • Emissão da Nota Fiscal de Exportação;

  • Registro da operação no Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior);

  • Cumprimento das normas cambiais, garantindo que os pagamentos recebidos do exterior sejam devidamente registrados no Banco Central.

Cumprir corretamente essas etapas, é essencial para evitar problemas fiscais e manter a regularidade junto aos órgãos de controle.

Conclusão

A tributação sobre exportação agrícola no Brasil é caracterizada por um regime de isenção e incentivos fiscais, que tem como objetivo impulsionar o agronegócio e garantir maior presença no mercado internacional.

No entanto, para aproveitar todos os benefícios disponíveis, como regimes especiais, créditos e reduções de alíquotas, é indispensável contar com uma Contabilidade Especializada no Agronegócio.

Com uma gestão tributária eficiente, produtores e empresas podem reduzir custos, aumentar a competitividade e expandir seus negócios no cenário global.

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