A partir de uma análise aprofundada dos dados coletados junto aos nossos clientes, nossa equipe desenvolveu um conteúdo que se destacou na 2ª edição do Round Table Agrocontar, realizada em 26 de setembro de 2024.
Esses dados fazem parte da apresentação de resultados que realizamos mensalmente para nossos parceiros e foram intitulados como: “A Saúde Econômica e Financeira do Distribuidor de Insumos”. O documento reúne informações, métricas e indicadores essenciais, refletindo as principais tendências e desafios enfrentados pelo setor.
Para os distribuidores de insumos, em um período de maiores dificuldades, decisões estratégicas baseadas em dados são fundamentais para assegurar o crescimento e a sustentabilidade do negócio.
O relatório anual sobre a saúde financeira dos distribuidores de insumos agrícolas revela um cenário complexo, marcado por pressões de margem e alta volatilidade.
A análise começa com um comparativo do mercado geral de 2023 até julho de 2024 e demonstra o percentual de receita bruta, CMV e o percentual do resultado contábil antes dos impostos. Também compara o segmento de HF e Grãos por faixa de faturamento.
Em 2023, o setor enfrentou um desafio significativo: a margem média caiu para 19,13%, em comparação com 22,56% em 2022. Essa queda reflete a desvalorização dos insumos e o acúmulo de estoques com custos altos, consequência de um 2022 ainda aquecido. As renegociações e ajustes com fornecedores ajudaram a suavizar essa redução, mas o impacto nas margens foi inevitável.
Os setores de grãos e HF enfrentaram impactos variados. O segmento de grãos, por exemplo, sofreu tanto com a queda dos insumos quanto das commodities, como soja e milho, enquanto o setor de HF manteve maior estabilidade nos preços, mas com aumentos expressivos nos custos operacionais, especialmente para expansão e estruturação de novas unidades.
Em termos de EBITDA, a retração foi significativa, com uma queda de 63% devido ao aumento das despesas e à pressão nas margens. Além disso, o aumento dos prazos médios de recebimento e estocagem alongou o ciclo financeiro, elevando a necessidade de capital de giro.
Tudo isso, somado ao aumento da inadimplência, com recordes de 44% nas contas a receber em 2024, levou muitos distribuidores a buscarem alternativas de financiamento, dobrando a média histórica de endividamento.