Quais as perspectivas para o Agro em 2023?

O agronegócio tem uma participação significativa no Produto Interno Bruto do país, com uma fatia de 25,5% do PIB, o Brasil é reconhecido como um dos maiores agricultores do mundo, mas em 2022 o setor passou por vários desafios. Com o aumento dos custos de produção, principalmente devida a variação de 125% nos preços dos fertilizantes, fez com que essa taxa caísse 2% quando comparado à 2021.

Entretanto, as perspectivas são de aumento de produção em 2023. As incertezas sobre o controle das despesas públicas e a condução da política fiscal pelo governo eleito, pode impactar os custos do setor agropecuário, sobretudo em questões tributárias. Caso a taxa básica de juros se mantenha em patamar elevado, atualmente em 13,75% ao ano, há previsão de um custo maior do crédito para o consumo, o custeio e o investimento. Ressaltando a importância de estar atento às oscilações de câmbio, visto que maior parte dos insumos são dolarizados e dependendo das políticas econômicas adotadas pelo governo pode desvalorizar o real perante o dólar.

Além disso, a desaceleração global também explica a projeção de menor lucro para os produtores este ano, visto que a cotação dos produtos é mediante as bolsas internacionais e o mercado mundial prevê um crescimento menor. O que, por sua vez, reduz as cotações internacionais de commodities e impacta nos produtores brasileiros.

Contudo, o consultor do Safras & Mercado, Gil Barabach, avalia que a produção deve ser maior em 2023 e entende que a desaceleração global pode frear o aumento dos preços, já que a demanda pode ser menor do que a oferta.

Segundo dados da Conab, a estimativa é de aumento de 15,5% (ou 42 milhões de toneladas) para a safra de grãos 2022/2023 em relação à safra 2021/2022, atingindo a marca de 313 milhões de toneladas. Isso será possível graças a elevação na área plantada, estimada em 76,8 milhões de hectares na atual safra, principalmente da soja, que pode chegar a 43,2 milhões de hectares, superando em 4% o ciclo anterior. A oleaginosa também deve recuperar a produtividade, visto que os pesquisadores acreditam que este ano não ocorrerá o fenômeno La Niña, totalizando 153,5 milhões de toneladas, um aumento de 17% em comparação com a safra passada.

Para o milho 1ª safra, o Conab espera uma redução de 1,5% na área a ser cultivada, devido à elevação dos custos bem como a uma migração para cultivos mais rentáveis. Mesmo com a menor área, é esperado que a colheita do cereal na primeira safra apresente um aumento de 14,6%, sendo estimada em 28,69 milhões de toneladas. O bom resultado se deve a expectativa de recuperação da produtividade no atual ciclo. Com as três safras, estima-se uma produção de 126,9 milhões de toneladas para este ano.

Já as previsões para produtos do mercado interno como arroz e feijão tendem a apresentar queda na área plantada. Segundo as estimativas do Conab, a produção de arroz deve bater a marca de 10,8 milhões de toneladas, enquanto a da leguminosa a de 2,96 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento no país. Para o algodão, projeta-se 1,63 milhão de hectares para o cultivo da fibra, crescimento de 1,9% da área semeada na safra 2022/23, resultando em uma produção da pluma de 2,92 milhões de toneladas.

Este ano há possibilidades de safras recordes de soja e milho, o que influencia em suas médias no Ibovespa. Apesar dos custos estarem mais altos, acredita-se que devem atingir margens de produção acima da média em 2023. Isso explica-se por que o setor de grãos está mais bem precificado, com menos “upside” no curto prazo.

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